O designer Irving Harper é um dos nomes do movimento modernista que pode passar despercebido por pessoas que não acompanham a arquitetura com ênfase. Porém, esse profissional é responsável por mais de 300 produções que englobam relógios, móveis e esculturas.
Quem já o conhece, sabe que seus trabalhos têm uma síntese convincente da precisão industrial. Além disso, conhecer suas esculturas é como descobrir um novo mundo do design — principalmente porque elas se tornaram públicas apenas nos anos 2010.
Entre as obras marcantes de Irving Harper, está o próprio logo da Herman Miller, o sofá Marshmallow e mais. Acompanhe a leitura e conheça mais sobre um dos grandes nomes do movimento modernista!
História de Irving Harper
Irving Harper nasceu em Nova Iorque em 1916. Durante sua vida acadêmica, frequentou a escola privada Cooper Union e, posteriormente, a Brooklyn College. Após esse período, ele iniciou sua carreira no design.
Seu primeiro trabalho foi como desenhista no escritório de Gilbert Rohde, já na década de 1930. Durante esse período, ele foi o responsável por exposições e o estande da empresa em que trabalhava durante a Feira Mundial de Nova Iorque, em 1939.
Após sair do escritório de Rohdes, Harper trabalhou como designer de interiores para Raymond Loewy. Por lá, ele ficou encarregado de projeto de interiores para as lojas de departamento da mesma companhia.
Na segunda metade dos anos 1940, Irving Harper iniciou o que seria a parceria mais longa — e produtiva — da sua vida. Ele trabalhou na George Nelson Associates. Uma empresa que, à época, era responsável pela publicidade dos móveis da Herman Miller.
Falaremos melhor desse período ao fim do post. Continue a leitura e não perca nada!
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Principais obras de Irving Harper
Os principais trabalhos de Irving Harper surgiram enquanto ele trabalhava na George Nelson Associates. Entre eles estão relógios, móveis e produções gráficas.
Devido às políticas contratuais, muitos de seus projetos são atribuídos a George Nelson.
Veja algumas das principais obras de Harper:
Relógios
Durante o período na George Nelson, Harper foi o responsável por conduzir o projeto com uma companhia de relógios. Para isso, o designer teve a ideia de produzir peças que também fossem esculturas.
O Ball Clock não tem números e, para a época, foi inovador. Essas peças são produzidas até hoje. Inclusive, elas podem ser consideradas na hora de decorar o home office.
Móveis
Nos anos 1950, um dos objetivos de Harper e o escritório em que trabalhava era produzir mobília de baixo custo. Para isso, o designer desenvolveu um sofá composto por discos estofados no lugar do assento e encosto.
Além disso, as almofadas seguiam um padrão caprichoso que poderia ser combinado com outras unidades do mesmo móvel. Esse sofá é conhecido como Marshmallow Sofa, produzido pela Herman Miller.
Esculturas
Para passar o tempo, Harper fazia esculturas de papel, as quais fez até a sua aposentadoria, nos anos 2000. Ao todo, são mais de 300 produções, que, por muito tempo, não foram vistas pelo grande público.
Elas ficavam em sua casa no subúrbio de Nova Iorque. Apenas próximo à sua aposentadoria, o designer decidiu liberá-las para uma exposição e para um livro sobre sua produção.
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Fim da carreira e aposentadoria
Após sair da George Nelson Associates, em 1963, Harper criou a sua própria empresa de design. Juntamente com Phillip George, ele iniciou a Harper+George, responsável por cuidar de vários projetos importantes.
Um dos motivos para o início da própria companhia foi que Harper gostaria de “saber como é ser o chefe”, como disse em uma entrevista aos seus 84 anos.
Sua aposentadoria começou em 1983, aos 67 anos. Após esse período, ele dedicou todo seu tempo à sua vida pessoal e suas esculturas em papel.
Até o fim da vida, em 2015, Harper morou em uma casa cheia de mobílias modernistas e suas próprias obras. A residência foi construída no século XIX e fica em Rye, subúrbio de Nova Iorque.
Irving Harper e Herman Miller: conheça mais sobre a colaboração
Além dos móveis assinados por Harper, seu trabalho com a Herman Miller rendeu outros frutos. O mais marcante deles é o logo da marca, que se mantém o mesmo até hoje.
Inicialmente, o logotipo da marca seria desenvolvido por Paul Rand, um dos maiores designers gráficos da época — que desenvolveu o logo clássico da IBM. Porém, o profissional recusou a proposta e ela foi desenvolvida por Harper.
A ideia inicial era que a marca fosse estampada com calor diretamente na madeira. Porém, ao pensar em anúncios impressos, Harper decidiu mudar e elaborou um M em vermelho que se destacava da outra cor das propagandas: o preto.
Conhecer sobre a história dos grandes nomes do design é importante por diversos motivos. Um dos principais é que, com isso, é possível entender mais sobre as motivações e o contexto no qual peças que usamos até hoje foram desenvolvidas.
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