Das estações de trabalho, aos espaços de coworking e home office, é notável a evolução que os escritórios tiveram com o passar dos anos, visto que o modo de organização, o ambiente de trabalho e a cultura de empresas e indústrias tiveram que se adaptar para criar um espaço de engajamento, produtividade, conforto e satisfação.
O conceito de escritório surgiu na Idade Média, onde, em mosteiros, havia salas destinadas ao conhecimento. Esse era um local de total concentração em que monges se isolavam para estudar e pesquisar escrituras e documentos.
“O design é uma resposta às mudanças sociais”.
A frase dita por George Nelson, primeiro designer-chefe da Herman Miller, evidencia que as mudanças sociais acabam mudando como observamos o mundo. No design e nos escritórios, isso não é diferente, na verdade, as duas coisas caminham juntas. Neste artigo, vamos desvendar a evolução dos espaços de trabalho. Acompanhe!
Década de 20: Modelo Taylorista
O modelo Taylorista de escritório apresentava um foco exclusivo na produção e no lucro, questões relacionadas aos ambientes de trabalho como o desenvolvimento da criatividade, redução do estresse e apoios empregatícios ainda eram deixados de lado pelas principais empresas da época.
Após a Revolução Industrial do século XVIII, marco da transição que causou grandes transformações nas relações de trabalho e no sistema de produção, foram criados, no final do século XVIII e começo do século XIX, os primeiros escritórios com a visão que temos até hoje.
Por mais que esses espaços já haviam sido separados das grandes fábricas de produção, sua organização ainda seguia padrões de organização das fábricas. As instalações ficavam em grandes galpões com várias mesas enfileiradas, as diferenças hierárquicas já eram estabelecidas, as salas privativas e os mezaninos eram de uso exclusivo para funcionários com um alto cargo na empresa.
Década de 30: Espaço Humanista
A década de 30 marca uma grande evolução dos escritórios. Aqui, o trabalhador já não é mais visto apenas como uma máquina de produção, questões psicológicas e o bem-estar mental passam a ser considerados como interferências importantes para o ritmo de produção.
Além disso, nesse período, também surgiu a consciência de que o ambiente de trabalho precário pode afetar diretamente o desempenho dos funcionários. A Herman Miller, que na época passou por tumultos devido à Grande Depressão americana, se reinventou, passando a deixar de lado projetos tradicionais para apostar em novas necessidades impostas pelo estilo de vida americano.
A decisão pressagiou um grande salto da construção civil e da cultura mundial pós-guerra, na qual a Herman Miller passou a ser referência mundial com móveis assinados que apresentam estilo de vida alegre, sofisticado e moderno para escritórios e áreas residenciais.
Década de 50: Bürolandschaft (Escritório Planejado)
O conceito Bürolandschaft (escritório planejado) surgiu na década de 50 com o intuito de transformar cada metro quadrado de escritórios em ambientes de produtividade, fomento à inovação e colaboração entre colegas de trabalho.
Substituindo as mesas enfileiradas das décadas passadas, apresentou um desenho mais orgânico e com divisões em grupos. Apresentava móveis contemporâneos com biombos curvos em sua formulação, além de grandes vasos de plantas que serviam como uma barreira visual.
“Design atende por si só a necessidade”.
A frase do casal Ray Eames e Charles Eames evidencia que a evolução dos escritórios fez com que a necessidade assentos expressivos e elegantes surgissem nas empresas. Foi nesse período que surgiram designs famosos da Herman Miller como a Cadeira de Escritório Eames foi desenvolvida, de modo a proporcionar funcionalidade e flexibilidade para quem a utilizasse.
Década de 60: Action Office
Com o tempo, o conceito Bürolandschaft passou a ser muito criticado por sua falta de privacidade. Seguindo essa premissa, na década de 60, houve outra grande evolução dos escritórios, a linha Action Office da Herman Miller, criada pelo designer americano Robert Propst.
“O escritório de hoje é um terreno baldio. Esgota a vitalidade, bloqueia o talento, frustra a realização. É a cena diária das intenções não cumpridas e dos esforços falhos”.
O descontentamento de Propst fez com que o mesmo criasse o primeiro sistema de escritório onde funcionários sem cargos altos pudessem trabalhar em um espaço individual, no ano de 1968. Esse é um sistema mobiliário que simplifica a adaptação às mudanças para as organizações, onde é utilizado por empresas até os dias atuais.
Seu reconhecimento foi tanto que o Congresso Internacional de Design em 1985 nomeou o sistema Action Office como o design industrial mais significativo do mundo entre os anos de 1961 a 1985.
Década de 80: A Era dos Computadores
Algumas décadas depois, surge uma das maiores mudanças tecnológicas da humanidade, a utilização de computadores em ambientes de trabalho. Nesses espaços, o equilíbrio entre espaços abertos e áreas de privacidade foram equilibrados, mas, por outro lado, as diferenças hierárquicas ainda continuam presentes.
Além disso, em 1985, surgiu uma nova linha de mobiliários da Herman Miller que inovou ao oferecer uma possibilidade de humanização para os escritórios em planta livre, geralmente conhecidos por serem impessoais e artificiais, o Ethospace, projetado pelo design Bill Stumpf, conhecido por desenvolver a primeira cadeira ergonômica do mundo.
“Eu amo o belo e amo a disponibilidade de coisas bonitas e úteis imediatamente ao meu redor.”
Essa frase de Bill Stumpf traduz as nuances da sua criação, já que o Ethospace foi criado para tornar escritórios capazes de suportar quaisquer tipos de necessidades tecnológicas e trabalhos colaborativos.
Década de 2000: Open Space
Em 2000, a era digital já é consolidada e grandes empresas passam a investir milhões em estruturas focadas para a qualidade de vida de seus colaboradores. Escritórios passam a ter espaços mais amplos e abertos, sem paredes internas ou grandes divisórias, ganhando a nomenclatura de “Open Space”.
Um ponto importante que vale a pena ser destacado são as decorações de escritório. Agora, elementos visuais e sensoriais passam a ser uma divulgação da cultura da empresa, além de serem elementos que proporcionam conforto psicológico e estímulo à criatividade, por exemplo.
Dias atuais
Atualmente, diante de vários escritórios com estruturas imensas e pensadas de maneira criativa para seus colaboradores, também encontramos alguns cenários novos na evolução dos escritórios, o coworking e o home office. O coworking é um modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que não necessariamente trabalham nas mesmas empresas.
Após a pandemia do Covid, muitos escritórios que se adaptaram ao modelo home office devido ao confinamento passaram a adotar esse tipo de trabalho em seu cotidiano. Desde então, a visão de um escritório simples, com uma mesa e uma cadeira, passou a se tornar referência em espaços de trabalho.
“Designers têm a responsabilidade de mostrar o futuro como eles querem ser — ou pelo menos como pode ser, não apenas a maneira como uma indústria quer que seja.”
A frase de Yves Béhar, um dos designers mais influentes e talentosos da atualidade, mostra que o futuro não depende apenas de uma regra a ser seguida, mas sim da maneira como nos adaptamos a ela e como queremos que ela seja.
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