Nos últimos anos, ficou evidente o interesse por ambientes de trabalho que promovem bem-estar. Nesse momento, surge um conceito que tem se destacado: a ergonomia sensorial.
Embora muitas pessoas associem ergonomia à postura ou ao design do espaço físico, a ergonomia sensorial vai além disso, abordando como nossos sentidos influenciam diretamente nossa saúde, produtividade e qualidade de vida.
Em um contexto onde o desempenho está cada vez mais valorizado, entender o impacto desses estímulos no ambiente de trabalho e na rotina pessoal se tornou algo essencial. Entenda neste conteúdo como a ergonomia sensorial tem o potencial de transformar não só o local de trabalho, mas também a forma de viver e interagir com o que está ao redor. Acompanhe!
O que é ergonomia sensorial?
Entende-se ergonomia sensorial como o estudo da forma como os estímulos que recebemos através dos nossos sentidos — visão, audição, tato, olfato e paladar — influenciam nosso conforto, saúde e desempenho.
Tradicionalmente, quando pensamos em ergonomia no trabalho, nos referimos à adaptação de móveis e equipamentos às necessidades físicas do corpo. A sensorial, por sua vez, expande essa ideia para incluir como os estímulos ambientais podem afetar a percepção de bem-estar, a capacidade de concentração e até o humor.

Em um mundo onde passamos grande parte do tempo em ambientes internos, compreender como a luz, os sons e outros fatores podem ser ajustados para otimizar nosso ritmo é algo fundamental.
O papel da ergonomia sensorial na qualidade de vida
A qualidade de vida está profundamente ligada à capacidade de lidar com o estresse, manter o foco e conservar a energia ao longo do dia. Ao ajustar os estímulos sensoriais segundo as necessidades de cada indivíduo, é possível proporcionar uma sensação de equilíbrio que impacta diretamente nossa saúde mental e emocional. ¹
Ambientes de trabalho mal projetados, com iluminação inadequada, ruídos excessivos ou temperaturas desconfortáveis podem aumentar os níveis de estresse e reduzir a capacidade de desenvolver a criatividade.
Por outro lado, ambientes pensados para otimizar a experiência coletiva contribuem para uma sensação geral de bem-estar. Durante o processo de criação do Living Office, a abordagem escolhida pela Herman Miller para os ambientes de trabalho, o diretor Greg Parsons expõe:
“Percebemos que não há sentido em sempre tentarmos prever a próxima tendência, por isso, nos voltamos para algo que não muda: a experiência humana. […] Projetamos espaços para o sistema operacional humano.”

Isso revela que, ao criar espaços que se alinham com as necessidades do corpo humano, se promove uma experiência de trabalho e vida mais harmoniosa e eficiente.
Conheça os principais aspectos da ergonomia sensorial
A ergonomia sensorial se desdobra em diversos aspectos que afetam a maneira como percebemos e interagimos com o mundo. A luz, o som, a temperatura, as texturas e até os aromas quando ajustados com sensibilidade e cuidado, transformam qualquer espaço. Conheça mais sobre eles:
Papel do tato no conforto e na saúde
Superfícies de apoio, como cadeiras, mesas e teclados, têm um impacto direto na postura e no bem-estar físico de quem as utiliza. A ergonomia sensorial, nesse caso, envolve a escolha de materiais e texturas que minimizam o desconforto e previnem lesões, como as causadas por movimentos repetitivos ou posturas inadequadas.
Móveis bem projetados oferecem apoio físico e garantem que os estímulos táteis sejam agradáveis ao toque, contribuindo para a sensação de relaxamento e evitando tensões musculares.

A exemplo disso, a Herman Miller projetou espaços de trabalho adaptáveis às necessidades humanas, feitos a partir de materiais sustentáveis que respeitam o bem-estar geral das pessoas e do nosso planeta. A ergonomia também entra como um aspecto de alta qualidade, aqui, a equipe dedicada usou tecnologias de adaptação a diferentes biotipos.
Entender a importância do toque e das sensações durante a rotina é um diferencial na hora de levar vida ao espaço de trabalho.
Importância da luz para o bem-estar
Natural ou artificial, a luz é um dos maiores responsáveis pela regulação do nosso ritmo biológico. A iluminação adequada não só melhora a produtividade, mas também afeta o humor e a disposição das pessoas.
A luz natural, por exemplo, está associada à melhoria do desempenho cognitivo e à redução da fadiga visual. No entanto, a luz artificial também tem um papel importante, sendo de extrema importância escolher luminárias que não provoquem sombras fortes ou reflexos.
Ambientes muito escuros ou excessivamente iluminados podem levar à sobrecarga sensorial, aumentando o estresse e a sensação de desconforto. A combinação de luz natural com sistemas de iluminação reguláveis pode ser o equilíbrio perfeito, adequado às diferentes atividades realizadas ao longo do dia. ²
Impactos do som na saúde mental
O som, muitas vezes subestimado, tem um impacto profundo sobre a saúde mental e emocional. Sons excessivos e caóticos, como o ruído ou conversas simultâneas, podem aumentar os níveis de estresse, dificultar a concentração e prejudicar o bem-estar geral.
Em contrapartida, ambientes silenciosos ou com sons controlados têm um efeito relaxante, garantindo um estado de foco e tranquilidade muito maior. A música suave ou sons da natureza, como o som da água ou dos pássaros, são utilizados para criar atmosferas calmantes que reduzem a ansiedade. ³

Portanto, o controle do som no ambiente de trabalho não é somente uma questão de conforto, mas também uma estratégia para melhorar a saúde mental e, consequentemente, a produtividade.
Como deixar o ambiente de trabalho ergonomicamente saudável?
Criar um ambiente de trabalho ergonomicamente saudável envolve mais do que o ajuste perfeito da regulagem da cadeira ou da mesa, trata-se de garantir que os aspectos sensoriais estejam adequadamente equilibrados.
Para isso, é fundamental investir em iluminação que imite a luz natural contrastante com a luz elétrica, além de escolher móveis que ofereçam conforto tátil e visual e permitam ajustes constantes.

Ao integrar esses elementos da ergonomia sensorial, é possível criar um ambiente que vai além das necessidades físicas, nutrindo a mente e o espírito. Um espaço que inspira, desperta o que há de melhor em todos e sempre vale a pena apostar nisso.
Confira também os principais estilos de decoração e descubra qual faz mais sentido para a experiência coletiva dos seus colaboradores durante a rotina de trabalho!

Referências:
- FERREIRA, Karla Peterlini; ALVES, Marissol da Silva. A comunicação através dos estímulos sensoriais percebidos pelo ser humano. 2013. 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) — Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
- MARTAU, Betina Tschiedel. O conceito da luz circadiana e suas implicações na arquitetura. In: 67ª Reunião Anual da SBPC, 2015, São Carlos, SP. Anais… São Carlos: [SBPC], 2015. Disponível em: [link, se disponível]. Acesso em: 18 jun. 2025.
- SIMÕES, Sara Cristina Domingos. Ruído e Vibrações no Corpo Humano: Avaliação de Ruído e Vibrações – LAUAK PORTUGUESA – Indústria Aeronáutica, LDA. 2014. Projeto individual de Mestrado em Segurança e Higiene no Trabalho, Instituto Politécnico de Setúbal, Escola Superior de Ciências Empresariais e Escola Superior de Tecnologia de Setúbal. Orientador: Nuno Nunes.